A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) deu entrada, na manhã dessa quarta-feira, 22, no centésimo pedido de patente da Instituição junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O invento em questão tem um título tão composto quanto seus benefícios: Sistema Magnético Polimerizado Destinado à Vetorização de Antimicrobianos Conjugados para Tratamento de Infecções por Helicobacter Pylori. O coordenador do grupo de pesquisa, professor Artur da Silva Carriço, explicou a inovação inerente ao pedido.
“O que fizemos foi uma formulação nova que associa dois antibióticos, amoxicilina e claritromicina, e que vai atuar especificamente no local da infecção causada pela bactéria Helicobacter Pylori. Esse micróbio age diretamente no estômago e no duodeno, causando, por exemplo, gastrite, úlcera e tem potencial carcinogênico”, explicou o professor.
Complementar a essa substância, haverá o uso de um ímã externo ao corpo do paciente e que ficará localizado na parte onde está localizada a infecção. Através da magnetita, que integra a nova formulação, o ímã fará com que os agentes incidam de maneira concentrada no local da infecção.
“Desta forma, o paciente terá menos efeitos colaterais e mais comodidade, pois o produto normalmente utilizado impõe a ingestão de três cápsulas em intervalos pequenos e a repetição disso em vários momentos durante o dia. No caso da nossa formulação, isso não vai ocorrer porque concentramos tudo em uma única dosagem diária, e a atuação será realizada diretamente na local. Outro ponto é que o modus operandi atual pode provocar um aumento na acidez em virtude da quantidade de medicamento utilizado, o que não acontece no nosso caso”, explicou a farmacêutica Juliana Fernandes de Carvalho, que integra o Grupo de Magnetismo e Materiais Magnéticos, desenvolvedor da formulação, coordenado por Artur Carriço e que agrega ainda mais 10 pesquisadores, entre professores e alunos.
O grupo tem dez anos de criação e possui característica multidisciplinar, visto que nele atuam médicos, farmacêuticos e físicos, e multi-institucional, já que é formado também por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). “Mais pedidos estão prontos para serem publicizados. Entretanto, é preciso ficar claro que o caminho para que a patente seja concedida é longo”, ressaltou Artur Carriço.
A afirmação tem endosso nas palavras do coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Aldayr Dantas de Araújo. “Na UFRN, demos entrada na primeira patente no ano de 2004 e a carta patente, documento que homologa o invento, foi dada apenas em junho deste ano. O número é simbólico, mas representa um novo cenário, pois de 2011 para cá, saímos de 26 pedidos para 100, isto é, quase quadruplicamos”.
O coordenador detalhou que, após o pedido da patente, o INPI o guarda por 18 meses em sigilo. Em seguida, o estudo é publicado e fica o mesmo período aberto a contestações. “Depois destes três anos, o Instituto parte para a análise em si e, se não encontrar nada parecido, faz a concessão”.
Aldayr Dantas acrescentou que o processo é burocrático dada a importância do momento. “A patente é dada apenas uma vez no mundo. Por isso, o INPI tem muito cuidado com as etapas e seus prazos. Nesse sentido, reside a maior importância do NIT, pois é a ferramenta-meio do pesquisador, por isso os treinamentos são constantes. Há muito empenho para que a atuação do núcleo esteja em consonância com o viés de inovação que a UFRN procurar seguir atualmente”, frisou o educador.
Fonte: UFRN
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