Quando o assunto é BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil ganha destaque no cenário mundial também na produção acadêmica. Criado em 2010 e sob a gestão do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Centro de Estudos e Pesquisas BRICS / BRICS Policy Center (BPC) foi considerado um dos dez mais importantes Think Tanks associados a uma universidade em todo o mundo.
De acordo com o relatório “Global Go To Think Tank Index Report”, edição 2015, elaborado pela Universidade da Pensilvânia (EUA), o BRICS Policy Center foi referenciado em nove categorias. O centro foi o 1º lugar na categoria “Think Tank to Watch” e teve um trabalho incluído na lista dos 50 melhores estudos/relatórios produzidos durante 2014, “O Brasil e a Cooperação Sul-Sul: Como responder aos desafios correntes”.
A professora Lia Lopes, coordenadora Administrativa do BRICS Policy Center, diz que, desde a criação, a produção do centro é enviada para a Universidade da Pensilvânia para entrar na avaliação dos Think Tanks (termo em inglês para designar organizações ou instituições que concentrem grupos de interesse, com produção e difusão de conhecimento sobre temas estratégicos).
“Somos citados no relatório produzido pela Universidade da Pensilvânia desde a edição de 2011, mas nunca tivemos um trabalho recomendado entre os melhores do mundo. Isso é tão importante quanto estarmos entre os dez melhores Think Tanks associados a uma universidade”, explica Lia.
Com recursos oriundos do acordo entre a PUC-Rio e a Prefeitura, através do Instituto Pereira Passos e da Coordenadoria de Relações Internacionais, o Centro divulga gratuitamente suas pesquisas sob a forma de artigos acadêmicos, policy briefs, monitors, livros e indicadores. Tudo disponível, em inglês e português para consulta pública pelo site (http://bricspolicycenter.org/homolog/).
O Centro também organiza palestras, abertas ao público e gratuitas. Em 16 de abril, às 15h, na sede do centro, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, será realizado o Colóquio “O Futuro da Política de Inovação no Brasil: Desafios e Oportunidades”, com José E. Cassiolato (IE/UFRJ) e Luis Manuel Fernandes, presidente da Finep. No evento, o foco é o reconhecimento da inovação como a força motriz do desenvolvimento socioenconômico.
“Temos uma atuação expressiva na esfera da cooperação e desenvolvimento, em que se destacam os projetos Unidade do Sul Global para Mediação (GSUM) e Brazilian South-South Cooperation and the BRICS (SSC), financiado pelo DFID – Department for International Development do Reino Unido. Com relação ao GSUM, temos um acordo com a Embaixada Real da Noruega no Brasil”, detalha Lia.
O Centro, que também mantém parcerias com o Ministério das Relações Exteriores e com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), já recebeu mais de 20 professores visitantes desde a sua criação. Lia explica que este intercâmbio é muito importante, porque esses docentes, oriundos dos países que compõem os BRICS e países emergentes de um modo geral, vêm para acrescentar conhecimento a algumas linhas de pesquisa, dar aulas e produzir policy briefs com o grupo no Brasil.
Entre as principais linhas de pesquisa e temas estudados, estão política internacional e agenda multilateral; desenvolvimento, comércio, finanças e investimentos; cooperação internacional para o desenvolvimento; políticas públicas comparadas e sistema de inovação e governança do desenvolvimento.
Mediação e cooperação internacional
Fruto do acordo com a Embaixada da Noruega, no âmbito do GSUM, o Centro realiza em julho, de 13 a 24, a segunda edição da “Winter School”. Lia explica que o programa é aberto a qualquer um que tenha foco em mediação global, mas desperta interesse maior em estudiosos do Sul Global.
“Na edição passada, os alunos inscritos vinham do Itamaraty e de outros países, como Oriente Médio e Trinidad e Tobago. São perfis variados, mas com interesse comum em mediação no Sul Global”, comenta.
A coordenadora Administrativa do BRICS Policy Center explica que há uma seleção baseada em critérios bem definidos, com conteúdo divulgado no site, e é possível pleitear bolsas. “Na edição passada, conseguimos, em alguns casos, custear a passagem aérea ou o valor do curso. Depende de cada caso”, completa Lia.
A Unidade do Sul Global para Mediação é uma plataforma de aprendizado, pesquisa e treinamento. Lia diz que o objetivo é difundir conhecimento e competências em mediação internacional entre acadêmicos, diplomatas, integrantes de instituições governamentais e não-governamentais. Como desafio para 2015, Lia afirma que a meta é aumentar o número de parcerias e acordos a fim de que haja um aumento dos recursos disponíveis para financiar os projetos do BPC.
Fonte:Agência de Inovação da UFSCar
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