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Notícia

Inovação no Brasil agoniza com 'burrocracia' na concessão de patentes

29/05/2015

A inovação no Brasil - que é colocada como prioridade pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - agoniza com a 'burrocracia' na concessão de patentes. As tentativas de reestruturação não conseguem acelerar o processo, considerado crucial para transformar uma ideia num produto comercial. Aqui, lembra o gerente de Recursos Naturais do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, Renato Cerqueira, um pedido leva, em média, 11 anos para ser finalizado. No exterior, esse prazo cai para, em média, dois ou três anos.


O Centro Global de Inovação da IBM no Brasil, em três anos, já remeteu 120 pedidos de patentes para os Estados Unidos, o que representa que 20% das patentes concedidas naquele país são de ideias desenvolvidas no Brasil. A unidade está muito próxima de atingir a marca prevista de 100 pesquisadores estabelecida na sua criação em 2011.


"Temos a orientação que é fazer o pedido na nossa corporação, por isso, não há pedidos aqui. Mas o processo no Brasil é extremamente lento e mais do que isso: não é simples. São muitas idas e vindas", lamenta Cerqueira, que conduziu, no dia 21 de maio, em São Paulo, a edição do Inovação em Debate, realizado na sede da IBM Brasil.


Com investimento aproximado de R$ 160 milhões em pesquisa e desenvolvimento, a 3M do Brasil, responsável por produtos que fazem parte do nosso dia a dia, como a esponja de banho e de limpeza de cozinha, também sofre com a lentidão na concessão de patentes. A empresa possui 120 pedidos no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - INPI- mas, até agora, pouco mais de 20 foram concedidas.


O maior problema dessa demora, disse Alberto Gadioli, diretor de P&D da 3M Brasil, é que muitas vezes uma ideia não se transforma em produto e acaba se perdendo. "Inovação não pode ter essa lentidão. O produto até pode não acontecer. Os erros existem, mas a ideia não pode se perder", acrescenta o executivo.


O pesquisador da área de sofware e ex-cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), Silvio Meira, adverte que, além da lentidão dos trâmites oficiais na área da Inovação - seja para uma ideia virar um produto, ou para a concessão de verba para pesquisa - o Brasil está perdendo o bonde da história em três áreas que serão cruciais no mundo de 2040: robótica, sistemas cognitivos e nanobiotecnologia.


"O Brasil tem zero participação nessas três áreas, dominadas pelos Estados Unidos e China. Não podemos deixar de pensar nesses segmentos. Eles vão escrever a história nos próximos 50 anos", sinaliza. O desembarque de Centros Globais de Inovação no Brasil - como os da IBM, EMC, GE e outros - é considerado medida salutar e necessária.

 

 

 

 

Fonte : Agência de Inovação da UFScar

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