Um simulador virtual de leitura usado para identificar sintomas da dislexia em crianças recebeu, nesta terça-feira, 3, o registro definitivo relativo ao Programa de Computador correspondente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Denominado LEVI, o projeto compreende a criação de um aplicativo web e mobile completo, o qual inclui simuladores para o pré diagnóstico, exibição de imagens e áudios, quizzes com questionários, controle de acessos e resultados. Professora de fonoaudiologia na UFRN e uma das desenvolvedoras do produto, Cíntia Alves Salgado Azoni pontua que o dispositivo foi elaborado em um formato de gameficação, para ver se a pessoa consegue identificar realmente se aquele perfil é de uma pessoa com dislexia ou não.
“Há áudios sobre o histórico daquela pessoa e áudio da pessoa lendo. Tem casos de crianças, adolescentes e adultos, com e sem dislexia. O usuário vai responder no final para ver se ele sabe identificar se aquela leitura é de uma pessoa com ou sem dislexia. Ele funciona como um game mesmo, e pode ser um game em que a pessoa vai ter a pontuação dela, a partir dos casos em que ela for entrar e tentar jogar. Pode também ter o uso coletivo, em uma sala de aula onde todo mundo faz individualmente e tem um ranking no final. Então ele foi pensado para o ensino e para envolver até mesmo a família, pois permite ver se o perfil de uma criança daquela idade é parecido com o do filho, até para levantar o sinal de risco de dislexia”, explica a docente.
O LEVI é uma iniciativa que faz parte do Programa de Apoio à Melhoria da Qualidade do Ensino de Graduação (PAMQEG) e envolveu também como autores Francisco Rubens Silva Costa e Luiza Eduarda Bezerra dos Santos. Eles falam que a motivação que está por trás do desenvolvimento do aplicativo foi a observação de que os alunos de fonoaudiologia tinham dificuldade em saber o perfil de leitura de uma pessoa com dislexia ou de qualquer criança com idades diferentes, em anos escolares distintos.
“Então esse aplicativo foi criado nessa dimensão e a gente observou que ele vai ampliar o raio de ação, não só para estudantes de fonoaudiologia, mas para qualquer profissional que atue na área da leitura. Os usuários poderão entrar e querer ter a noção de como é a leitura de uma criança de nove anos no terceiro ano, ou querer ouvir uma criança com dislexia”, destaca Luiza Eduarda. O Projeto começou quando Luiza e Francisco eram monitores na graduação. Em um momento posterior, Luiza entrou no mestrado e continua no projeto.
“São todos casos reais, pois queríamos que fosse bem próximo da realidade. O simulador está pronto enquanto aplicativo e agora estamos ampliando para inserir mais casos”, pontua Cíntia Azoni. Atualmente ela coordena o Laboratório de Linguagem Escrita, Interdisciplinaridade e Aprendizagem (LEIA), unidade que divide suas atividades em grupos de trabalho temáticos, tais quais Desenvolvimento e Transtornos de Aprendizagem, Vulnerabilidade, Telessaúde, Transtorno do Espectro Autista e Bilinguismo.
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