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Estudo aponta o Brasil em 9º lugar em artigos científicos e patentes de fertilizantes baseados em nanotecnologia

26/09/2012

O Brasil ocupa o 9º lugar entre os 10 países com maior número de depósito de patentes em produtos desenvolvidos à base de nanotecnologia aplicada a fertilizantes. Esse é o resultado de 11 meses de um estudo realizado por um grupo de analistas e pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos,SP), que foi apresentado no V Encontro Acadêmico de Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento, realizado nos dias 19 a 21 de setembro (Rio de Janeiro - RJ).

A China e os Estados Unidos foram destaque no estudo no que se refere à produção de conhecimento e tecnologias, representando também liderança em produção e consumo de fertilizantes. Segundo o monitoramento, o Brasil empatou com a Austrália na 9ª posição, tanto em número de patentes depositadas quanto na publicação de artigos científicos. O país é o 4º consumidor de fertilizantes e o 5º produtor de fertilizantes fosfatados.

A supervisora do Setor de Gestão da Prospecção e Avaliação de Tecnologias e analista de Propriedade Intelectual da Embrapa Instrumentação, Sandra Protter Gouvêa, responsável pelo estudo, explica que o monitoramento tem como objetivos o uso na reorientação de pesquisas em andamento, na finalização de resultados, evitando duplicação de esforços em Pesquisa & Desenvolvimento, na promoção de melhor inserção da tecnologia na cadeia produtiva, e na decisão estratégica sobre onde (em quais países) proteger resultados comopatentes de invenção. "As informações reunidas no estudo serão fornecidas à Embrapa no intuito de orientação a ações de gestão de P&D, da propriedade intelectual, e de transferência de tecnologia" afirma.

Segundo Sandra, o estudo permitiu avaliar as características desta área de conhecimento - nanotecnologia -, como a evolução temporal de esforços em P&D, países líderes em P&D e mercado de consumo e produção. "O aumento da produção de artigos, como do depósito de tecnologias em nanotecnologia aplicada a fertilizantes, é condizente com o aumento da demanda mundial por fertilizantes, indicativo de área tecnológica promissora no atendimento da demanda mundial por produção de alimentos", avalia. O aumento reflete também o investimento em P&D para a área de nanotecnologia. Em 2005, foram 7,5 bilhões e, em 2007, 12 bilhões, a partir de recursos de investimento privado, segundo dados de 2010 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O monitoramento tecnológico em nanotecnologia aplicada a fertilizantes está sendo realizado em bases de dados mundiais - patente, artigos e mercado - e com o auxílio de ferramentas bibliométricas para tratamento e análise dos dados. Através do estudo, foram colecionados, ao todo, 369 documentos de patentes. De acordo com a coordenadora do estudo, as tecnologias recuperadas são diversificadas, representativas do emprego de produtos e processos que envolvem a nanotecnologia, como por exemplo, encapsulamentos nanoestruturados ou compostos contendo nanomateriais associados para liberação lenta ou controlada de fertilizante ou de misturas de fertilizantes, e o uso de processos ou de produtos que envolvem nanofiltros ou nanoestruturas para a obtenção de compostos com aplicação como fertilizantes.

O projeto de monitoramento tecnológico teve início em outubro de 2011 e deverá ser concluído no próximo semestre, "mas a ideia é que o monitoramento se torne uma ação corporativa da Embrapa, nos temas de interesse", espera Sandra. O grupo de estudo inclui ainda o pesquisador Caue Ribeiro, a analista Luciana Poppi e a supervisora de patentes da Coordenação de Propriedade Intelectual da Secretaria de Negócios (SNE) da Embrapa, Luciana Harumi Morimoto Figueiredo.

O estudo faz parte do projeto INFOAGRO, liderado pela Secretaria de Negócios e que tem como objetivo principal auxiliar as ações de pesquisa e transferência de tecnologias nas unidades da Empresa, por meio do uso da informação tecnológica para o monitoramento nas áreas de nanotecnologia e biotecnologia.

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