O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) busca a integração ensino-serviço-comunidade. Nessa perspectiva, foi desenvolvido o projeto denominado Segunda Opinião em Otorrinolaringologia, o qual funciona como um recurso que altera o funcionamento organizacional sem fazer parte da estrutura da organização. A construção compartilhada de diretrizes, entre as equipes de saúde da família e os profissionais especialistas da atenção secundária, se faz necessária para a ampliação das possibilidades de formação de vínculo terapêutico entre equipe/especialista/usuário e melhoria da resolutividade local. Logo, diante da presença de um otorrinolaringologista como tutor do PET-Saúde/Cidade Praia e da grande demanda de pacientes por essa especialidade, captada através da escuta qualificada do acolhimento e de encaminhamentos a partir dos médicos generalistas, a Segunda Opinião surgiu como uma aliada para tentar suprir essa demanda e ampliar o conhecimento do acadêmico. Os discentes acompanham semanalmente o otorrinolaringologista durante o atendimento ambulatorial, na própria unidade de saúde da família, dos pacientes que seriam referenciados para serviços do segundo nível de complexidade. O perfil do público atendido é amplo, englobando todos os ciclos de vida. A consulta é dinâmica abordando a história da doença atual, exames, diagnóstico, tratamento e profilaxia, priorizando as diretrizes da Estratégia Saúde da Família do SUS. As situações clínicas acompanhadas são discutidas conjuntamente entre as equipes multiprofissionais estudantis do PET-Saúde e os componentes das equipes de saúde da família, em uma abordagem multidisciplinar. Dessa forma, o projeto realiza um atendimento especialista que pode ser adaptado para a realidade da atenção primária, vez que a queixa principal da maioria dos pacientes é a otite, a qual pode ser tratada pelo clínico generalista. É notória a satisfação dos usuários que recebem um atendimento eficaz e na maioria das vezes tem seus agravos resolvidos sem precisar se deslocar para fora de seu bairro. Além de proporcionar o aprendizado do acadêmico, o conhecimento do especialista também é repassado aos profissionais da unidade, habilitando-os a realizar os procedimentos de baixa complexidade, por exemplo, fazer lavagem do conduto auditivo. Esse novo arranjo serve para estimular a produção de novos padrões de inter-relação entre a equipe de saúde, os usuários e o especialista, ampliando os compromissos assumidos com a promoção da saúde. Induz uma perspectiva alternativa ao tradicional encaminhamento via ficha de referência/contra-referência, facilitando o diálogo e a responsabilização entre a equipe local e o especialista em saúde. Ressalta-se ainda o rompimento da idéia de que alguns procedimentos da otorrinolaringologia só podem ser executados em serviços especializados, mostrando a importância da disseminação dos saberes para os profissionais das unidades básicas de saúde e, assim, beneficiando principalmente o paciente.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte ( IFRN) / Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
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